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O uso do Ecstasy para criar música nos anos 90‍

Na década de 1990, surgiu uma cultura de festas rave e drogas em clubes. Esta nova contracultura centrava-se na música techno de ritmo acelerado, na dance music e na house music, nas experiências psicodélicas e, em particular, no ecstasy das drogas. O ecstasy é uma droga psicoativa com efeitos semelhantes aos da anfetamina. Tornou-se popular como uma droga de clube devido à sua capacidade de estimular a sociabilidade e proporcionar aos usuários um longo período de intimidade, muitas vezes referido como “abraço” ou “Toque à Distância”. Para muitos ravers, tomar ecstasy em boates e raves não era apenas uma questão de ficar chapado, mas também de ser criativo enquanto estava sob influência de álcool. Acreditava-se amplamente que ouvir música techno rápida durante o êxtase faria você se mover mais rápido, o que por sua vez induziria um estado de hiper-alerta e criatividade, além de tornar seus sentidos mais aguçados.

A perspectiva do artista

A relação entre criatividade e drogas é complexa e é difícil determinar se um trabalho criativo foi produzido sob a influência de substâncias intoxicantes. O consumo de drogas por um artista pode afetar a produção criativa de diversas maneiras. As drogas podem alterar processos psicológicos ou fisiológicos necessários à criatividade, como atenção e concentração, e também podem fazer com que o consumidor se concentre em coisas diferentes do que faria sem a droga. Com isto em mente, é difícil determinar quanto da criatividade resultante se deve realmente às drogas e quanto é apenas uma questão de estar num ambiente mais descontraído onde as ideias podem fluir sem inibição. Dito isto, alguns artistas admitiram abertamente terem sido significativamente influenciados por certas drogas enquanto trabalhavam na sua arte.

Músicos adotam o uso do ecstasy

O ecstasy não era apenas uma droga para ravers. Ele também encontrou seu caminho em muitas outras subculturas. O ecstasy tornou-se parte do processo criativo de muitos músicos. Os efeitos da droga no aumento da percepção sensorial e dos sentimentos de empatia a tornaram particularmente popular entre os músicos. Para muitos músicos, a ideia de poder sentir o que o seu público sentiria ao ouvir a sua música era tão excitante como criar novos sons. Embora existam histórias de músicos como Jimi Hendrix e Keith Richards usando drogas enquanto trabalhavam em suas músicas, foi sem dúvida a cultura rave da década de 1990 que tornou a adoção do ecstasy pelos músicos mais prevalente do que nunca.

Cultura do êxtase nos anos 90

Embora alguns acreditem que a cultura do ecstasy teve suas origens na década de 1980, com a ascensão da house music e do acid house, é mais provável que tenha surgido na década de 1990, à medida que a cultura rave se tornou mais popular. As raves eram essencialmente grandes festas que duravam a noite toda, onde as pessoas dançavam, tomavam êxtase e ouviam música techno. Muitas vezes as pessoas tomavam a droga uma ou duas horas antes do início da festa, para que os efeitos fizessem efeito quando a festa estivesse no auge. Por causa dos efeitos duradouros da droga, os ravers muitas vezes continuavam a tomar ecstasy até altas horas da manhã, depois que a festa já havia terminado.

DJs colaboraram com ravers durante o ecstasy

Algumas das faixas mais icônicas dos anos 90 foram criadas por DJs colaborando com ravers durante o êxtase. Existe um mito sobre a criação da faixa “Ecstasy” do DJ Sammy e Enrique Iglesias. O mito afirma que a música foi criada enquanto Enrique e DJ Sammy estavam em uma banheira quente junto com algumas modelos e uma garrafa de champanhe. O mito é falso, porém, já que a música foi criada enquanto Enrique estava sob efeito de êxtase em um estúdio. O mito da criação da música é um verdadeiro reflexo de como era comum DJs trabalharem com ravers em êxtase.

Artistas rave usaram instrumentos eletrônicos para remixar faixas

Muitos artistas rave usaram instrumentos eletrônicos para remixar faixas. Porém, há exemplos de ravers remixando faixas com instrumentos tradicionais sob a influência do ecstasy. Alguns dos exemplos mais icônicos disso são “the Cranberries”, “The Cure”, DJ Spooky e Moby. The Cranberries foi um show ao vivo que consistia em dois vocalistas, dois tecladistas, dois guitarristas, um baterista e um baixista. A banda passou a maior parte de seus shows em êxtase, o que influenciou sua música e apresentações ao vivo. De acordo com Keith Duffy, baixista do Cranberries, estar sob a influência do ecstasy ampliou seus sentidos e ele achou mais fácil entrar no ritmo. Quando a banda lançou seu álbum de estreia em 1992, eles não tinham fundos para gravar um álbum de estúdio. Embora o álbum seja uma mistura eclética de instrumentos e sons, é principalmente uma gravação ao vivo que apresenta os membros da banda cantando e tocando seus instrumentos em êxtase.

Conclusão

A relação entre criatividade e drogas é complexa e é difícil determinar se um trabalho criativo foi produzido sob a influência de substâncias intoxicantes. Embora existam exemplos de artistas que admitiram abertamente terem sido significativamente influenciados por certas drogas enquanto trabalhavam na sua arte, é difícil determinar quanto da criatividade resultante se deve realmente às drogas e quanto é apenas uma questão de estar envolvido. um ambiente mais descontraído onde as ideias podem fluir sem inibição.