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Ray Charles era cego, mas não cego para a música‍

Ray Charles foi um lendário cantor, compositor, pianista e artista musical. Ele é um dos artistas de blues e ritmo e blues (R&B) mais influentes e bem-sucedidos do século XX. Ele também é conhecido como o “Pai do Blues Moderno” por sua contribuição para o seu avanço, bem como um “Gênio” ou um “Oráculo” ou um “Príncipe Egípcio”. Bem, sim! Ray teve todos esses títulos em sua vida devido ao seu gênio musical. Raymond "Ray" Charles Robinson Jr. nasceu em 23 de setembro de 1940 em Albany, GA, onde frequentou uma escola segregada até completar 14 anos. Nessa época, ele começou a ter aulas de música com um organista da igreja local e a tocar música gospel com amigos que também aprendiam instrumentos. Isso o levou a descobrir seu talento para cantar e tocar piano. Em 1953, aos 13 anos, Ray se juntou a um grupo gospel chamado The Spartan Gospel Singers, que viajou pelo Sul. Depois disso, ele decidiu seguir a carreira musical quando assinou com a JCO Records em Seattle, após se formar no ensino médio em 1959. E então não há como voltar atrás para esse artista talentoso…

Cegueira e música, como se conheceram?

Era o ano de 1953, quando Ray tinha apenas 12 anos quando começou a perder a visão devido ao glaucoma. A princípio, ele pensou que se tratava apenas de uma perda temporária de visão devido ao cansaço. Mais tarde, porém, quando perdeu quase toda a visão, Ray soube que agora estava cego e era um músico cego. Ele teve que abandonar a escola e procurar um emprego para sustentar sua família. Destemido, Ray tentou continuar sua paixão pela música. Seus parentes compraram para ele um piano por correspondência de US$ 50. Depois de algumas semanas, ele perdeu completamente a audição. Sua mãe, que era uma “vidente”, disse-lhe que ele nunca mais tocaria música. Ele tentou provar que sua mãe estava errada tocando piano. Ele fez sucesso e assim começou sua jornada musical.

Como Ray descobriu seu talento para a música?

Quando Ray tinha 17 anos, começou a cantar com um violão quando viu um amigo tocando um. Mais tarde, ele conheceu um músico chamado Dr. Brice I. Bass que reconheceu o potencial desse jovem e o encorajou a ir para Atlanta para seguir carreira musical. Com apenas US$ 32 no bolso, Ray caminhou até Atlanta. Lá ele conheceu o líder da banda, The General. Ele ofereceu um emprego a Ray. Quando Ray tinha 19 anos, mudou-se para Seattle para seguir carreira musical. Nesta cidade teve a oportunidade de tocar com a famosa cantora de jazz Anita O'Day. Anos mais tarde, ele deu crédito a Anita por ajudá-lo a descobrir seu talento para cantar. Esta foi também uma oportunidade para ele perceber que precisava desenvolver um estilo individual de canto.

Blues, Jazz e R&B – As Raízes da Música Moderna

Quando Ray tinha 21 anos e seguia carreira musical, o termo “rhythm and blues” ainda não era usado. O jazz estava no auge de sua popularidade e o blues era sua maior influência. No entanto, a grande migração de afro-americanos das cidades do Sul para as cidades do Norte tinha começado. A carreira musical de Ray começou com o blues. Ele tocou com várias bandas de blues, uma das quais liderada pelo baterista Ed Shaw. Depois de um tempo, ele se juntou à banda de Rhythm and Blues (R&B), The Drifting Ravens. Na mesma época, outra forma musical estava tomando forma. Chamado de jazz, também foi fortemente influenciado pelo blues.

Habilidades de piano levaram ao sucesso no canto

Talvez a coisa mais importante que Ray aprendeu durante sua jornada musical foi como cantar e tocar piano ao mesmo tempo. Isso era vital para um músico que tocava em clubes. Depois de um tempo, ele descobriu que cantava melhor do que a maioria dos cantores de seu grupo. No início dos anos 1950, grupos vocais como The Mills Brothers, The Ink Spots, The Mills Blue Rhythm Band e The Delta Rhythm Boys dominaram as paradas de R&B. O formato piano e vocal de Ray era natural para as rádios R&B.

O nascimento dos vocais soul no mundo da música

A inovação mais importante de Ray, entretanto, foi a introdução de vocais soul. Embora houvesse muitos cantores de R&B com fortes influências gospel, eles nem sempre passavam sem piano. O estilo de Ray era cantar sem piano e enfatizar a palavra “sim”. Ele geralmente era acompanhado apenas pelo baixo e pela bateria. No início da década de 1950, os quartetos gospel eram os grupos vocais de R&B mais populares. Eles incluíam o Golden Gate Quartet, os Pilgrim Travellers e os Sensational Nightingales.

Conclusão

Além de suas habilidades para cantar e tocar piano, Ray também tinha uma voz incrível com a qual também conseguia imitar outros cantores famosos. Ele era tão bom em imitar seus cantores favoritos que às vezes ficava confuso e esquecia que não estava cantando a música original. A cegueira de Ray não afetou sua paixão pela música e foi por causa dessa paixão que ele conseguiu ter sucesso nesta área.